domingo, 27 de maio de 2012

A Cura

Ontem deparei-me com uma realidade irrefutável. Estou doente. Não é uma doença fácil, não é algo que exames mostrem, apesar de fotos detectarem. É uma doença curável?! Não sei... Espero que sim.
Quando você finalmente assume que tem um problema, as coisas não ficam mais fáceis. Não ficam mais aceitáveis.
Nem sei quem sou. Sei que estou doente há muito tempo, mais tempo do que o que eu realmente acreditava.
Tive dias bons, tive dias ruins. Mas o que sou eu e o que é a doença?
Sempre digo que a essência das pessoas é imutável, mas nestes momentos em que reencontro comigo, após um tempo distante de mim mesma, minha dúvida é... Qual na verdade é minha essência? Como se achar passando tanto tempo perdida?


Há mais de 20 anos, minha janela tem a mesma vista, apenas o tempo a modifica.Tantas pessoas já chegaram e foram... É muito dificil determinar em qual momento as coisas começaram a parecer impossivel, determinar ha quanto tempo o céu azul tinha tonalidades cinzas na minha mente.

Neste tempo, aprendi o que é amor incondicional, aprendi o que não é amor. Senti mais intensamente do que deveria ter sentido. Ainda sofro pela perda do meu pai. Mas a perda, me deu coragem para enfrentar meu problema.

Há duas semanas, achei que não faria muita diferença, tomar ou não algo para a dor que havia no meu coração. Banalizei o poder da minha mente adoecida. Me vi perdida. Em duas semanas ignorando meu problema, ele me atacou e me amarrou pelas mãos. Todas as idéias idiotas voltaram, todos os sentimentos de perda, intensificaram. Auto-destruição é a palavra. Mas ainda tento ser mais forte que eu.

Porque há dias, em que depois de enxergar apenas o vazio, vejo a lua, em plena luz do dia. Sei que posso. Sei que posso ir além da dor. Nos momentos de lucidez, quando olho e vejo tudo que conquistei, sinto tanto orgulho. Orgulho em ser uma sobrevivente. Em apesar das horas de pânico, dos tombos, lágrimas,  desespero, incertezas, aqui estou.

Quero a cura para minha dor. Quero a cura definitiva para o que tenho. Apesar do medo de nunca ficar boa ser mais forte, do que a esperança, continuo vivendo com o que tenho.Tentando fazer o melhor com as coisas que conquistei.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Duas Décadas Depois

Engraçado como a velha máxima de que o tempo passa muito rápido é real. Há uns 17 anos atras, eu escrevia poemas, poesias, era uma romantica nata. Tinha um amor mal resolvido, uma paixão platonica que acreditei que duraria para sempre. Não escrevia reflexões, não pensava sobre o ontem, sobre o hoje. Só pensava no meu futuro. Futuro o qual, sabia que ia ser maravilhoso! Tinha todos os meus planos traçados, sabia exatamente o que eu queria, porque eu queria!
Hoje, mais de 17 anos depois, estou aqui escrevendo reflexões... Não porque não consiga escrever poemas, poesias e etc... Mas porque deixei de acreditar no que estas coisas simbolizam....


terça-feira, 15 de maio de 2012

Vinte dias em Outro Mundo

Escrito em Fevereiro/11.


Engraçado como os desafios me impulsionam. E como minha ansiedade, me tira o sono e me mantém uma noite toda acordada.

Depois de 20 dias em um país diferente, com uma realidade que não é a minha, a sensação de... Sobrevivi é muito grande para ser contida.

Tenho uma semana para matar lobos e fazer casacos. Minha mente não para...

Achei que quase um mês longe de casa seria um pesadelo. E foi, sem sombras de dúvidas, no momento em que me vi longe, sem chances de voltar tão cedo, só pensava em ir embora... A distância era assustadora. Me senti perdida, onde estava meu sol, onde estava meu chão? Tão drámatica, eu sei, mas por mais que tente essa veia patética fala mais alto em mim.

Então, um click e a chave mudou... O desafio de vencer bate mais forte agora. Não, não é uma competição entre eu e alguém mais. É uma luta entre eu e o que posso realizar. Entre eu, e o que pensam que sou. É minha capacidade de superação sendo colocada a prova. E no final é o que devo a dois amigos.

Despedidas nunca são simples. Pelo menos não para mim. Preciso de tempo para aceitar a perda, então vou me afastando aos poucos, cada dia um pouco mais.

Algumas perdas são tão grandes, que é preciso se convencer aos poucos de ir em frente sem olhar para trás.

Já me despedi várias vezes no longo desses 5 anos, mas não consigo deixar de olhar para tras.

Já tentei me convencer que é por falta de amor. Mas não é. Eu simplesmente amo o que faço. A idéia de perder tudo, é como vejo... perder tudo.... As vezes é tão inaceitável que prefiro surtar ao banho maria, prefiro deixar que duvidem da minha inteligência, da minha capacidade.

Vinte dias em Buenos Aires, me mostram que sou ótima, sem demagogia, sem arrogância. Me deram a oportunidade de mostrar o quão boa sou e o quanto posso ir.

E ir... a hora está chegando, dizer adeus será doloroso, sei que fcará um vazio... Mas... O vazio é melhor que a incerteza.

Vou com a certeza de que fiz o meu melhor, que superei meus desafios, que me desafiei, que enfim, venci.

Daqui a cinco dias, o rompimento final será inevitável. Mesmo que no momento, fisicamente impossível, em meu coração, sei que será a última história. Minha última doação, o último ato, executado com a certeza da "perfeição".

Ps. Valeu a pena minha incerteza, minha espera, minha luta. Fiquei livre das amarras. Não abandonei o lugar em que me criei e hoje estou muito, muito feliz com o que faço, com quem faço e como faço!

\o/

Felicidade

Se há alguns meses, em meio ao meu desespero, em meio a toda dor que sentia, ao pânico do amanhã, alguém me dissesse que em menos de meio ano, eu teria superado tudo, provavelmente chamaria essa pessoa de louca de pedra....
Na minha concepção, era inacreditável que eu pudesse sair do poço onde me enfiei... Era inacreditável que um sorriso sincero, iluminasse meu peito...
Foram tantas lágrimas, que hoje, meus olhos estão secos. A decepção era tamanha, que me sufocava em minha loucura...
Entretanto, todo sofrimento é aprendizado. Cresci, muito. Amadureci ainda mais.
O passado, no passado está. Não me interessa... Não me lamento pelo que não foi, que já não é, que não será.
Encontrei a felicidade em mim.

sábado, 15 de outubro de 2011

Dor...

Quando não se sente, fica difícil entender o que é a dor...
Eu nunca senti tanta dor em toda a minha vida... O simples fato de existir dói...
Em um ano, perdi meu pai, perdi a pessoa que dizia me amar, mas que de um dia para o outro, não sentia mais nada por mim, perdi a vontade de viver...
Os médicos me diagnosticaram com depressão... Mas os remédios não aliviam a dor... Por algumas horas tira o aperto no estomago... mas ele volta... e volta com ele as lágrimas, pq a dor não passa... O tempo estimado para a cura: um ano. Mas um ano vai acabar com as lembranças? Um ano vai me fazer esquecer?
Há os momentos em que digo que sou mais forte que isso... Mas não sou.... Eu não consigo sozinha, estou cansada de estar sozinha...
Eu só queria dormir e não acordar... Isso acabaria com a dor...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Dois anos depois...

Engraçado como a falta de sono, estimula em mim a necessidade de escrever... Sem dormir as coisas ficam mais claras na minha cabeça de forma que eu possa colocar em palavras aquilo que não consigo demonstrar.
E sempre de volta as mesmas máximas... O tempo voa e você nem sente passá-lo.
Acabo de afirmar que o passado virou história... Mas amo boas histórias... E acredito sinceramente que estudando o passado, aprende-se a não cometer erros no presente, que possam estragar definitivamente o futuro.
Claro, a lógica é perfeita, mas nem sempre é possível segui-la.
Criadora ou criação? Tanto faz... Sou uma. Vou viver uma segunda vida... blá blá blá... Besteira... A vida é uma só. Óbvio que ninguém pode impedir as pessoas de fechar os olhos para a realidade. Mas quando os olhos são abertos novamente, tudo está lá. Sua vida, suas escolhas, suas ações.
Criar um blog de.... Vivendo no Second Life... Tbm... Sou meio surtada, nunca neguei. Mas por que uma vida virtual? Simples... Dificuldade em viver a real. Fuga da realidade.
A essa hora do dia, pergunto-me qual a dificuldade que encontro em fazer amigos, a ponto de ter que recorrer a uma vida virtual na tentativa desesperada de interagir com outras pessoas? De verdade.... Não faço a minima idéia. Mas já vejo um bom passo, admitindo meu problema... Parece texto do AAA... Mas é a realidade.
Oh... Continuo a mesma surtada de antes? Sozinha, passando dias e dias acordada, padecendo de dores de cabeça, dores de estomago e a certeza de que não queria virar a próxima página?
Não... Eu virei a próxima página.
Prometi que seria a agente causadora... E fui... Até um certo modo.... Feliz com 100% das minhas decisões.... Com certeza não... Mas estou tentando errar menos, tentando não ser tão critica comigo mesma, tentando ser mais humana....
Talvez ai esteja um dos motivos pelo qual encontro tanta dificuldade em fazer amigos... Não que eu não seja humana no sentindo de que oh.... sou a perfeição em pessoa... Não... É que as vezes me sinto tão estupidamente imperfeita que não me suporto. E não suporto me sentir assim. Então, nessa minha crença louca de sou uma completa idiota, me afasto das pessoas, para que elas não percebam o quão estúpida sou. E agindo assim, no final vejo que realmente. Sou uma imbecil. É estranho, é confuso, não é para ser entendido...
Entretanto, joguei algumas verdades absolutas por terra... O amor que eu acreditei que nunca iria morrer, na verdade nunca existiu... Li com carinho a forma como há dois anos atrás descrevi a descoberta do meu primeiro amor. E senti saudades das minhas amigas. O que eu achava tão pouco, era tudo e muito.
Amor é um sentimento entre duas pessoas. Se só uma está envolvida, não é amor. Depois relembrei como já escrevi em meu perfil, que estava a procura de alguém que me fizesse acreditar no amor, porque eu não mais sabia se existia ou não. Descobri que existe. "Descobri" talvez não seria a palavra, mas sim, abri os olhos e ali estava.
Se achei meu amor? Sim achei. Mas descobri que já havia amado e sido amada também. Mas que minhas inseguranças e incertezas, não me permitiram ver o que eu tinha. Se me arrependo? Não. "O que não é para ser, simplesmente não é".
O engraçado, que não é engraçado, é como tenho certeza ao escrever. Mas quando vivo, sou simplesmente a insegurança em pessoa.
Estou apaixonada hoje? Perdidamente. Se admito isso? De forma alguma. Percebo que todos os dias, tento me justificar para não aceitar. Ou tento me preparar para perder. Loucura? Sem sombras de dúvidas. Porém, é assim que me sinto. Mas estou melhor, acho.
Não quero fazer promessas para este ano... Apesar de saber quais faria, sei que algumas são gotas preenchendo lacunas em um oceano. Tenho meus sonhos, não espero viver ou realizar todos, mas só tê-los é o que me move em frente.
Dois anos depois e posso dizer, mesmo com todos os "se", "por que"... Estou feliz com minha realidade!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Mais de um ano depois

É incrivel como a correria da vida te faz esquecer coisas. Como resoluções tomadas em momentos de panico, de dor, de medo, resultam em mais panico, mais dor, mais medo...
Planejei ser a agente causadora, planejei dizer mais "nãos", desligar minha segunda vida, fechar os olhos e tentar não ser eu mesma...

Fui agente causadora, e causei...
Disse mais "nãos" - e estes que disse não me fizeram feliz.
Desliguei minha segunda vida, mas sempre volto na esperança de poder vivê-la.
Em uma ocasião não fui eu mesma, e o resultado foi que tudo q eu queria era me jogar no mar e esquecer como dói viver...

Mas sobrevivi... E meus planos?
Não sei... Entrei para uma faculdade top, para um curso top - mas não me inspira paixão, nem devoção.
Até que ponto vale a pena ir até o fim, ou qual o preço a se pagar por desistir?
Meus sonhos continuam tão claros. Eu os sinto com meu coração. E a cada dia, acredito que fico mais longe deles.
Como voltar por um caminho, se não há volta?


Descobri o nome de uma música que sempre que escuto me faz chorar...
Óbvio... Chorar me faz lembrar, me faz pensar...Só não me faz esquecer

Take a Bow - Madonna.